Doenças na planta.

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Doenças na planta.

Nome Popular: Ferrugem, ferrugem-da-folha, ferrugem-do-colmo, ferrugem-amarela, ferrugem branca, ferrugem asiática, ferrugem polisora

Nome Científico: Hemileia vastatrix, Puccinia horiana, Phakopsora pachyrhizi, Physopella zea, Puccinia coronata, Puccinia cymbopogonis, Puccinia graminis, Puccinia melanocephala, Puccinea polysora,Puccinia recondita, Puccinia sorghi, Sphenospora kevorkianii, Tranzschelia discolor, Uredo behnickiana

Classe: Urediniomycetes

Filo: Basidiomycota

Reino: Fungi

Partes Afetadas: Folhas, caules, flores e colmos.

Sintomas: Lesões de coloração amarela a vermelha e em alguns casos branca, de formato arredondado a oblongo. Presença de esporos pulverulentos semelhantes à ferrugem.

Muitas espécies de plantas são atacadas pela doença mais conhecida como ferrugem, mas embora o nome seja o mesmo, muitas vezes o agente causador da ferrugem não é o mesmo em se tratando de plantas distintas. Por exemplo, a ferrugem branca do crisântemo é causada pelo fungo Puccinia horiana e a ferrugem das orquídeas pelo Sphenospora kevorkianii. Entre as grandes culturas alimentícias destaca-se a ferrugem-do-colmo do trigo, causada por Puccinia graminis, e a ferrugem asiática da soja, causada por Phakopsora pachyrhizi, entretanto existem outras espécies de fungos que causam ferrugens em café, roseira, milho, capim-limão, pessegueiro, goiabeira, macieira e jabuticabeira, entre tantos outros.

 

As ferrugens são assim denominadas devido à lesão com massa de esporos pulverulenta de coloração amarela a avermelhada. Os esporos são estruturas de dispersão dos fungos, semelhantes às sementes das plantas. Seu tamanho é diminuto e cada lesão pode conter milhões de esporos sendo que, para haver nova infecção, basta que um único esporo germine em condições ideais de temperatura e umidade. No entanto a viabilidade germinativa dos esporos é restrita e nem todos os produzidos acabam por gerar novas infecções. O principal mecanismo de dispersão dos esporos é o vento, que pode carregá-los por milhares de quilômetros.

 

As ferrugens geralmente se beneficiam de climas amenos, com temperaturas moderadas e alta precipitação. Observa-se maiores incidências em anos chuvosos e propensos a formação de orvalho sobre as folhas. Estes fatores se relacionam com a necessidade de haver molhamento das folhas para que o esporo germine. Por isso, irrigação mal manejada pode favorecer aparecimento de ferrugem, o ideal é irrigar o solo ou substrato e evitar molhar em demasia as folhas, principalmente se há histórico da doença no local.

 

Os danos causados às plantas são irreparáveis partindo do ponto de que os tecidos vegetais afetados não têm capacidade regenerativa. Em ornamentais o ideal é destruir as plantas atacadas para evitar que outras plantas sejam afetadas. Em grandes culturas, o uso de fungicidas pode minimizar o impacto negativo sobre a produção que é o objetivo dos cultivos. Infelizmente, não existem produtos fungicidas curativos, apenas preventivos, por isso as doenças são um sério problema.

 

Existe uma receita de fungicida caseiro fácil de preparar e muito utilizada na agricultura, trata-se da Calda Bordalesa¹. Consiste na mistura de sulfato de cobre, cal hidratada ou cal virgem e água. Esta calda tem eficácia comprovada sobre muitas espécies de fungos e bactérias em muitas plantas, sejam ornamentais, frutíferas, produtoras de grãos ou hortaliças.

 

As aplicações devem ser feitas preventivamente, como a Calda Bordalesa age por contato, após alguns dias ou após uma chuva de média intensidade, deve ser feita nova aplicação. Não aplicar diretamente sobre todas as plantas, deve-se testar em poucas folhas e averiguar se não há toxidez, pode diluir ou concentrar a calda caso necessário.

 

Vale ressaltar que a sanidade das plantas deve sempre ser averiguada no momento da compra, muitas doenças são transmitidas via substrato contaminado ou plantas doentes. Portanto, muito cuidado na hora de comprar, certamente este é o melhor método de prevenção não só da ferrugem, mas de outras doenças.

Nome Popular: Mancha-parda, Mancha-marrom, Mancha-foliar

Nome Científico: Bipolaris sp., Cochliobolus miyabeanus

Sinonímia: Drechslera sp., Helminthosporium sp.

Classe: Dothideomycetes

Filo: Ascomycota

Reino: Fungi

Partes Afetadas: Caule, folhas e frutos.

Sintomas: Manchas marrom-escuras, circulares ou arredondas em folhas, caules e grãos. Na região externa às manchas, caracteriza-se um halo amarelo-claro.

A mancha-parda é bastante conhecida na região sul do Brasil. É uma doença causada pelos fungos do gênero Bipolaris  e infecta principalmente gramíneas. Estes fungos causam danos em arroz, coqueiro, pastagens, girassol, milho, côco, lupino, pândano, confete, dália, entre tantas outras plantas. As infecções são mais acentuadas em regiões tropicais, embora estes fungos sejam cosmopolitas.

 

As lesões normalmente são manchas marrom-escuras em folhas, caules e grãos sendo mais comumente encontradas nas folhas. Estas manchas são redondas ou circulares, tendo o centro mais claro e acinzentado. Na região externa às manchas, caracteriza-se um halo amarelo-claro. Em casos extremos, as manchas podem cobrir até a metade da área foliar. As infecções ocorrem principalmente na germinação e no florescimento e são de difícil controle.

 

A dispersão destes fungos ocorre prioritariamente devido à ação do vento e, em menor escala através de sementes e mudas infectadas. Além disso, em pequenas distâncias, gostas de chuva e/ou irrigação podem servir como meio de transporte aos esporos, infectando plantas próximas ao foco inicial. As condições favoráveis ao desenvolvimento destes fungos são temperaturas amenas associadas à alta umidade relativa do ar e molhamento frequentes. Além do mais, plantas com deficiência nutricional ou hídrica são mais propensas a ficar doentes.

 

O controle é realizado com aplicação de fungicidas, como a calda bordalesa¹, mas nunca de forma curativa e sim, preventiva visto que altas infecções são praticamente impossíveis de controlar. Em pequenos cultivos ou jardins ornamentais, recomenda-se principalmente ações que evitem o estabelecimento e disseminação da doença, como aquisição de sementes, mudas e plantas adultas livres de doenças, advindas de comerciantes confiáveis e preferir variedades, se disponíveis, com tolerância conhecida à doença. Ainda, manter as plantas podadas para que sempre haja ventilação e a água de irrigação não permaneça empoçada nas folhas, regulando tanto a temperatura como a umidade. A própria irrigação sempre que possível deve ser efetuada sobre o solo ou substrato e não sobre as folhas. Outro fator importante é a nutrição que afeta a fisiologia das plantas. Quando bem nutridas, as defesas dos vegetais em geral contra patógenos como Bipolaris são mais eficientes.